quinta-feira, 21 de março de 2013

Dupla-Crítica: "Hitchcock" (2012) e "Detona Ralph" (2012)


Depois de longa ausência, voltei. Estava de férias, o que se transformou em férias do meu blog também. Para compensar um pouco a falta de novidades, duas novas críticas em um post só.


Crítica – Hitchcock (EUA, 2012)

Hitchcock era um dos títulos de 2013 que mais ansiava por assistir. Porém, embora o filme seja bastante divertido, não pude deixar de sentir certa decepção com seu resultado final.

Baseado no livro “Alfred Hitchcock and the Making of Psycho”, o filme segue a escrita e nos mostra, dentre toda a carreira do diretor inglês, apenas o período da filmagem de uma de suas obras primas, Psicose (1960).

Todas as curiosidades e dificuldades para a filmagem de Psicose estão no filme, de maneira bem humorada e divertida. Mesmo assim, o tema principal da história é a relação do excêntrico diretor (interpretado por Anthony Hopkins) com sua esposa Alma Reville (Helen Mirren). Aliás, o foco em Alma é tão grande que ela chega a aparecer mais na tela que o próprio Hitchcock.

Portanto o que vemos aqui é uma história sobre “atrás de um grande homem, há sempre uma grande mulher”. E de fato, não há dúvidas que se Alma não estivesse ao lado do Mestre do Suspense, este dificilmente alcançaria algum sucesso, dado seu terrível temperamento. Porém em Hitchcock este “apoio” é exagerado, chegando também na parte técnica do trabalho do diretor.

Do que a História conta, Alma Reville – que era roteirista de profissão – ajudava seu marido revisando os roteiros e as edições dos filmes. Dizem que ela era ótima para encontrar erros cenográficos e erros de continuidade. Mas neste filme, foi dado a ela uma importância tão grande que, antes dela participar ativamente da edição de Psicose, o filme era “horrível, um caos”. Isto sem falar de várias decisões técnicas mostradas ao longo da trama, que são atribuídas a Alma ao invés do marido. Um exagero. Divertido, instrutivo, mas não tão crível, Hitchcock leva nota 6,0.


Crítica – Detona Ralph (EUA, 2012)

Assisti ao Oscar sem saber se torcia ou não para Valente (que gostei bastante) levar o prêmio de Melhor Animação. Isto porque muitos amigos meus haviam assistido Detona Ralph e cravado que o filme era excelente, a melhor animação do ano.

O tempo passou, Valente venceu o Oscar, e agora que enfim assisti Detona Ralph, posso opinar que foi uma premição justa. Embora Ralph seja um bom filme, Valente é superior.

É impossível não classificar esta animação da Disney como sendo sua versão de Toy Story para jogos de videogame. O conceito – dos personagens terem vida própria quando os humanos não estão por perto – é idêntico.

E é justamente esta falta de originalidade o problema de Detona Ralph. Não há nada de realmente novo na trama. A história passa pelos nossos olhos em “modo automático”, sem nenhuma grande supresa, nenhum grande drama.

Como ponto positivo, são vários os personagens reais de videogames que participam do longa (parabéns a todas produtoras da jogos que deixaram seus personagens aparecerem), e as diversas piadas relacionadas a games (e a evolução dos games) espalhadas ao longo do filme são bem engraçadas. Um exemplo destas “piadinhas”... personagens dos jogos 2D andar e pensar em 2D mesmo quando eles “são eles mesmo”.

Assim como no filme Hitchcock, que comentei acima, aqui também uma mulher rouba a cena. A menininha Vanellope é extremamente carismática e acaba também sendo mais importante que o personagem que dá nome ao título do filme (porém ao contrário de Hitchcock, aqui isto é feito de maneira positiva).

Bastante divertido, Detona Ralph perde pontos por não emocionar ou surpreender. Em termos técnicos e de história, a Pixar continua soberana. Dreamworks e Disney (que assina Detona Ralph e é dona da própria Pixar) ainda tem bastante o que aprender. Nota 6,0.

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