sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Crítica - Clube de Compras Dallas (2013)

TítuloClube de Compras Dallas ("Dallas Buyers Club", EUA, 2013)
Diretor: Jean-Marc Vallée
Atores principais: Matthew McConaughey, Jennifer Garner, Jared Leto

Filme bom, sóbrio, sobre o início da AIDS


O ano é 1985: o início da AIDS. Época em que se acreditava que a doença era transmitida por um simples contato, e mais ainda, que só era contraída por usuários de drogas injetáveis e homossexuais.

Baseado em uma história real, é neste contexto que o caubói texano Ron Woodroof (Matthew McConaughey) - homofóbico machão comedor de mulheres - descobre estar contaminado pelo vírus HIV.

Então vemos a luta desesperada de Woodroof pela obtenção de remédios. E o AZT, única droga disponível mas só em caráter experimental, não lhe é fornecido. Desesperado, ele parte para o México, onde descobre medicamentos alternativos muito menos danosos ao organismo que o próprio AZT.

Fazendo uma parceria com o travesti e também soropositivo Rayon (Jared Leto), os dois começam a importar os remédios mexicanos para os EUA, e fundam o "Clube de Compras Dallas", onde os sócios do clube (que pagam US$ 400 mensais) podem usufruir destes medicamentos.

É então que o filme entra na sua parte "política", com o FDA perseguindo Woodroof e seu empreendimento por ser ilegal e, principalmente, por se mostrar mais eficiente que o AZT, a menina dos olhos da indústria farmacêutica estadunidense.

Apesar de tocar em assuntos fortes, como o preconceito contra os aidéticos e os homossexuais, ou como a ganância do FDA e das grandes empresas farmacêuticas, o filme em nenhum momento choca. Tudo é passado com enorme sobriedade (reforçada pela quase ausência de trilha sonora).

Esta sobriedade se reflete em um filme com pouca emoção. Somado ao fato do roteiro não possuir nenhum grande atrativo, a soma destes fatores faz que Clube de Compras Dallas, que é um filme bem redondo e bem feito não levar uma nota tão alta.

Clube de Compras Dallas foi indicado a seis Oscar: Melhor Filme, Melhor Ator (Matthew McConaughey), Melhor Ator Coadjuvante (Jared Leto), Melhor Roteiro Original, Melhor Montagem e Melhor Maquiagem. 

Para Melhor Ator, Matthew McConaughey sem dúvida impressiona pela transformação física. Magérrimo, parecendo mesmo um doente terminal, ele também atua bem, embora não seja excepcional. Mais ainda, seu sotaque texano vai e volta ao longo da projeção.

De todas as indicações, Jared Leto como Ator Coadjuvante é a indicação mais forte do filme. Ele convence como travesti e atua muito bem. Além disto, chegou a emagrecer ainda mais que McConaughey, mas curiosamente sua magreza não é tão chocante. O único problema que vejo em um favoritismo em Leto é que ele não aparece tanto tempo assim na tela.

Já nas demais categorias, onde Clube de Compras Dallas certamente possui seus méritos, suas indicações para Oscar me parecem exageradas.

Clube de Compras Dallas é um bom filme que vale a pena conhecer, como registro histórico do início da AIDS, e por todas as discussões de preconceito e dinheiro envolvidas. Nota: 7,0.

Um comentário:

Phybo disse...

Vi ontem o gostei do filme, tem conteúdo e não só mais um blablabla !! []'s

Postar um comentário

Crítica Netflix - I Am Mother (2019)

Título :  I Am Mother (idem, Austrália, 2019) Diretor : Grant Sputore Atores principais :  Clara Rugaard, Hilary Swank, Luke Hawker, R...