quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Crítica - Nebraska (2013)

Título: Nebraska ("Nebraska", EUA, 2013)
Diretor: Alexander Payne
Atores principais: Bruce Dern, Will Forte, June Squibb, Stacy Keach
Trailerhttp://www.youtube.com/watch?v=_I8l5_29iwk
Nota: 8,0

Mais um belo road movie de Alexander Payne

O diretor estadunidense Alexander Payne não tem vergonha em repetir o gênero no qual é muito bom: um road movie contando uma jornada incomum de um homem idoso (ou de meia idade) em busca de mudança. Foi assim em As Confissões de Schmidt (2002), em Sideways - Entre Umas e Outras (2004), e agora com Nebraska. Uma pequena diferença é que desta vez, ao contrário de seus filmes anteriores, ele não é também o roteirista.

Na história, Woody Grant (Bruce Dern), bem idoso, recebe uma carta-propaganda de assinatura de revistas que oferece um prêmio de US$ 1 milhão. E acreditando no anúncio, ele resolve ir a Nebraska (que fica a mais de 1000km de distância) buscar o prêmio. Incapaz de dirigir um carro, e como sua esposa  Kate (June Squibb) não quer levá-lo, Woody decide ir a pé. O que claro, não dá certo.

Comovido com a história do pai, é então que o filho mais novo David (Will Forte) resolve levar Woody a Nebraska, mesmo duvidando um pouco de sua lucidez. Pai e filho se envolvem em uma longa viagem, com parada obrigatória em Hawthorne, cidade onde Woody passou a juventude e reencontrará familiares e amigos.

Apesar de se passar nos dias atuais, Nebraska foi rodado em preto e branco, o que reforça não somente o tom melancólico do filme, como também nos relembra constantemente do passado. Não a toa a grande maioria dos personagens do filme são idosos, tudo remota o que já foi.

O casal Woody Grant e Kate possui personalidades bem distintas, e ambos certamente podem ser identificáveis com os velhinhos que você conhece na vida real. Woody é extremamente teimoso, de raciocínio lento e poucas palavras. Já Kate é mandona, faladeira, sempre julgando mal os conhecidos. E claro, ambos possuem aquele raciocínio diferenciado que só os idosos tem.

Este “jeitão” dos velhinhos proporciona ótimas piadas ao longo do filme. Mas o tom do filme não é de humor. Os personagens são complexos, com virtudes e defeitos, e a difícil relação entre todos eles torna a história bastante interessante e com vários conflitos.

Nebraska foi indicado a 6 Oscars: Melhor Filme, Melhor Diretor (Alexander Payne), Melhor Ator (Bruce Dern), Melhor Atriz Coadjuvante (June Squibb), Melhor Roteiro Original e Melhor Fotografia. Em minha opinião, todas as indicações são aceitáveis, mas ao mesmo tempo não acho que o filme mereça ser o vencedor em qualquer uma das categorias.

Lento, com boa trilha sonora (embora repetitiva), bom roteiro, e com uma história bonita e humana, Nebraska é outro filme muito bom destacado este ano pela Academia. Nota: 8,0


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Crítica Netflix - I Am Mother (2019)

Título :  I Am Mother (idem, Austrália, 2019) Diretor : Grant Sputore Atores principais :  Clara Rugaard, Hilary Swank, Luke Hawker, R...