sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Crítica - Philomena (2013)

TítuloPhilomena ("Philomena", EUA / França / Reino Unido, 2013)
Diretor: Stephen Frears
Atores principais: Judi Dench, Steve Coogan
Força do filme reside em ser uma história real

Quatro indicações a Oscar (incluindo a de Melhor Filme), vencedor de melhor filme em Veneza, segundo lugar em Toronto. Bastante elogiado internacionalmente e vendido como comédia. Mas fatos podem ser um pouco enganosos. Philomena é bom, mas não tanto assim. E está longe de ser uma comédia.

Na história, baseada em fatos reais Philomena Lee (Judi Dench) era uma garota irlandesa que vivia em um internato de freiras. E cometeu um erro: em um romance relâmpago, engravidou. Punida pelas Irmãs, seu filho logo foi dado à adoção, e desde então Philomena nunca mais o encontrou embora sempre procurasse por ele.

Cinquenta anos depois, temos Martin Sixsmith (Steve Coogan – que também é roteirista e produtor do filme), jornalista recém demitido, que fica sabendo da história de Philomena e, em troca de poder contar sua história, resolve ajudar a velhinha a encontrar seu filho.

Viajando juntos, temos uma história de busca consideravelmente interessante dada a presença de algumas gratas reviravoltas. O filme não é clichê. Por outro lado, um detalhe na montagem me incomodou bastante em Philomena: o uso de flashbacks. Intrusivos, eles estão sempre desnecessários, já que tudo o que vemos neles também são mostrados no tempo presente.

Philomena é a típica “velhinha caipira inocente”, e é explorando suas reações perante as “modernidades” que temos os momentos cômicos do filme. Embora boas piadas, o filme não nos permite rir, já que a situação de Philomena é muito triste.

A situação de Philomena é causada, em grande parte, pelos defeitos do Catolicismo antigo: punições cruéis e exploração da culpa. E se as críticas religiosas são parte fundamental do filme, não deixa de ser irônico constatar que todo o sofrimento que as freiras lhe impuseram tornaram Philomena uma pessoa com muita fé e muito melhor que as irmãs que a educaram.

A atuação de Judi Dench, indicada a Oscar de Melhor Atriz é muito boa, mas nada espetacular. Quanto ao roteiro, também indicado ao Oscar, os adjetivos são os mesmos.

Com uma história tocante, mas sem grandes momentos, talvez a grande força de Philomena – para torná-lo tão elogiado pela crítica – reside na triste constatação de se tratar de uma história real. Nota: 7,0

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