domingo, 23 de novembro de 2014

Crítica - Elena (2012)

TítuloElena ("Elena", Brasil / EUA, 2012)
DiretoraPetra Costa
Atores principais: Elena Andrade, Petra Costa

Misturando documentário, biografia e drama, Elena é triste, comovente, e excelente

Com 1 ano e meio de atraso, enfim assisto Elena, filme nacional que chegou aos cinemas em maio de 2013, sendo bastante elogiado e premiado. Neste documentário, as primeiras cenas mostram Petra (a diretora do filme) indo a Nova York visitar os lugares que sua irmã mais velha Elena frequentava. É o início da biografia da personagem-título, que passa a nos ser apresentada através de cenas em VHS da família, filmadas nos anos 80. Com o passar do tempo, acabamos conhecendo a história de ambas: Petra e Elena de certa forma se misturam, ambas seguindo o mesmo caminho, da busca pela arte.

Narrado em primeira pessoa, na maior parte por Petra, Elena é uma colagem de imagens: sejam fotos, sejam as cenas antigas em VHS, ou as cenas de hoje: filmadas todas em plano bem fechado, geralmente desfocadas, nos deixando muito próximos de Petra, acompanhando sua melancolia e angústia.

Elena é consideravelmente curto, com 80 minutos de duração. Da mesma forma, minha crítica será curta. E diferente. Pois para não estragar as surpresas do filme, antecipo a conclusão do meu texto para depois, através de um breve "PS", comentar sobre mais alguns poucos detalhes.

Sensível e triste - sensações reforçadas pela ótima montagem / trilha sonora - é impossível assistir Elena sem sentir empatia pelas irmãs. Comovente, principalmente por ser uma história real, o filme - que na verdade deveria se chamar Elena e Petra - é tão envolvente e humano que se torna uma ótima pedida para quem também aprecia o cinema como arte. Nota: 8,0.

PS: (só leiam este texto APÓS assistir o filme: ele contém spoilers) É tocante ver o sentimento de dor e culpa de Petra e sua mãe, mesmo elas não sendo culpadas de nada. Quando o filme termina, temos vontade de abraçar Petra, consolando-a. Achei bem diferente um mesmo filme tratar dos sentimentos de "quem morre" e de "quem fica". Desta maneira, ao mesmo tempo que a diretora é extremamente bem sucedida em fazer uma belíssima homenagem à irmã, que outrora desconhecida, agora tem sua arte chegando a todos, por outro lado, ao mostrar todo o sofrimento que Elena causou, fica no ar algo levemente contraditório. Mas convenhamos... existe algo mais contraditório que a vida? :)

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