terça-feira, 17 de março de 2015

Crítica - A Entrevista (2014)

TítuloA Entrevista ("The Interview", EUA, 2014)
Diretores: Evan Goldberg, Seth Rogen
Atores principais: James Franco, Seth Rogen, Lizzy Caplan, Randall Park
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=1bCmE_DXW6M
Nota: 5,0

Fraco, mas consegue render algumas risadas

Finalmente assisti o filme mais polêmico de 2014, A Entrevista, que chegou até a gerar um conflito internacional entre EUA e Coréia do Norte. Conforme eu imaginava, muito estresse por pouca coisa: o filme - na melhor das hipóteses razoável - não faz nenhuma crítica ou ofensa muito fora do padrão de besteirol destas produções. Por outro lado, A Entrevista não é tão ruim como eu esperava, consegui rir em alguns momentos da trama.

Na história temos o apresentador Dave Skylark (James Franco) e seu produtor Aaron Rapaport (Seth Rogen), que são responsáveis por um programa de entrevistas de celebridades. Surpreendentemente, são convidados pelo líder Kim Jong-un (Randall Park) para entrevistá-lo em seu país. O motivo? O norte-coreano é grande fã do programa de Skylark. Sabendo disso, a CIA usa a dupla Dave e Aaron para aproveitar esta "oportunidade única" e assassinar Kim Jong-un.

A Entrevista segue bastante o padrão das comédias de Seth Rogen: muitas piadas de conotação sexual, drogas, um pouco de machismo, uma pitada de escatologia, e... bastante bromance. Rogen até me pareceu promissor quando estourou de vez em 2007 com Ligeiramente Grávidos e Superbad: É Hoje. Mas de lá pra cá, ele arriscou pouco, fazendo um humor sempre muito parecido. O resultado são filmes legaizinhos, mas que não impressionam.

E toda esta escrita se repete em A Entrevista. Aliás, as piadas que realmente funcionam no filme não são as suas costumeiras piadinhas sobre sexo, mas sim, as trapalhadas e burrices dos personagens Aaron e Dave, principalmente este último.

Vale a pena ressaltar que embora eu tenha rido de algumas das trapalhadas do personagem de James Franco, é bastante claro para mim que o engraçado vem dos diálogos e das situações que Dave participa, e não da atuação de Franco. Pelo contrário, a atuação dele pesa contra o filme. Absurdamente caricato, o maior problema em sua interpretação são suas tentativas de fazer caretas. Não sei se ele quer ser o novo Jim Carrey. Se quis, não conseguiu... e falhou miseravelmente.

Um parentese: admito que não gosto de James Franco. Aliás, entendo não ser a toa que ele foi o pior apresentador do Oscar de todos os tempos. Porém 2015 será o ano em que ele tem sua grande chance para calar a minha boca. Afinal, o ator estadunidense estará nos cinemas neste ano em pelo menos 3 filmes sérios sob a batuta de diretores consagrados: Queen of the Desert, de Werner Herzog, Everything Will Be Fine, de Win Wenders e I Am Michael, de Justin Kelly.

Outras boas piadas vêm das bizarrices das celebridades. Estas boas cenas acontecem no começo do filme e geram até algumas boas críticas, mas que infelizmente não se desenvolvem além dos primeiros minutos da projeção... gradativamente, o alvo das piadas vão passando para Kim Jong-un. Mesmo assim, as "acusações" contra o ditador não fazem rir pois são previsíveis: o fato dele gostar da cultura pop dos EUA, de que ele é visto como um deus, etc. Curiosamente, neste aspecto o filme nem pega pesado... a ofensa maior é fazer Kim Jong-un literalmente se borrar nas calças. E o simples fato dos roteiristas acharem que isto é engraçado já revela bastante sobre a (baixa) qualidade do filme.

Mudando um pouco de assunto, sei que não é correto e ao mesmo tempo arrogante de minha parte criticar um outro crítico, mas não vou resistir hehe. Há um certo crítico do Uol que para descrever este filme, usou palavras como "inteligente", "sensacional", "comédia de primeira" e "quase revolucionário". Na verdade A Entrevista passa bem longe de tudo isto. Não há sequer uma crítica ou piada política inteligente, isto sem contar que a maioria das piadas são sexistas ou homofóbicas. De "revolucionário", só se fora a maneira com o filme se promoveu: a Sony utilizou o ataque de hackers sofrido em benefício próprio para divulgar este filme esquecível. Nota: 5,0

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