domingo, 7 de junho de 2015

Crítica - Tomorrowland: Um Lugar Onde Nada é Impossível (2015)

Título: Tomorrowland: Um Lugar Onde Nada é Impossível ("Tomorrowland", Espanha / EUA, 2015)
Diretor: Brad Bird
Atores principais: George Clooney, Hugh Laurie, Britt Robertson, Raffey Cassidy
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=cXN0DHU1BOc
Nota: 7,0

A volta dos bons filmes de aventura infantil / adolescente

Se nos anos oitenta os filmes de aventura "para criança" como Os Goonies, A História sem FimE.T., etc, eram moda, décadas depois este espaço foi preenchido principalmente por animações. J.J. Abrams até tentou recuperar este gênero recentemente com seu bom Super 8 (2011). Mas ainda assim o clima não foi exatamente o mesmo: havia um pouco mais de "suspense" do que diversão.

Brad Bird com seu Tomorrowland: Um Lugar Onde Nada é Impossível enfim resgata este espírito. Na história, Casey é uma adolescente gênio que encontra um broche, que quando tocado, a transporta para um mundo futurista, repleto de maravilhas tecnológicas. Após a "bateria" do broche acabar, em sua busca por respostas Casey começa a ser atacada por seres do futuro, e conta então com a ajuda de Frank (George Clooney) e Athena (Raffey Cassidy) para escapar e entender tudo o que está acontecendo em seu redor.

Os primeiros dois terços do filme são muito divertidos. A primeira parte, onde conhecemos a futurista Tomorrowland pelos olhos de Frank e Casey é visualmente belíssima e criativa. Compartilhamos com os protagonistas o sentimento de deslumbramento com o que é exibido. Já o segundo segmento é preenchido por várias cenas de ação de boa qualidade e com boa pitada de humor. É como se fosse um Exterminador do Futuro versão criança. Curioso e interessante.

Finalmente, na terceira e última parte após os protagonistas deixarem Paris, o filme desanda um pouco. Quando finalmente nos é revelado o que está acontecendo, a explicação é um bocado infantil e maniqueísta. Além disto, a ação diminui consideravelmente, e a personagem de Casey é deixada de lado (o que é uma pena já que a carismática atriz Britt Robertson é o verdadeiro espírito de Tomorrowland), dando o foco ao adulto Frank. A verdade é que a atuação de George Clooney não chega a comprometer, porém, ao mudar o foco da história para ele o tom do filme também muda. E para pior.

Para compensar os problemas do desfecho, pelo menos a mensagem que ele passa para o espectador é bonita e importante. É um forte alerta para que voltemos a ser otimistas. Que deixemos de pensar que o único futuro para a humanidade é o futuro distópico, arrasado por doenças, guerras, fome, falta de água e mudanças climáticas catastróficas. Sim, este é um futuro provável, mas ainda está nas nossas mãos mudá-lo. É preciso sonhar alto... e colocar estes sonhos em prática!

Tomorrowland: Um Lugar Onde Nada é Impossível possui também um segundo e grave problema: ao mesmo tempo que é um filme "para todas as idades", ele não consegue agradar em 100% nenhuma das faixas etárias. A história é divertida para as crianças, mas ao mesmo tempo os conceitos científicos explicados são complexos demais para elas entenderem. Por outro lado, quem consegue entender os conceitos apresentados - adolescentes e adultos - irá se decepcionar um pouco ao constatar as irregularidades e furos do roteiro, e o seu tom exageradamente inocente e didático.

Notem que no subtítulo da minha trama, eu escrevo "aventura infantil / adolescente". E isto é um problema, porque simplesmente não consigo classificar o filme nem como infantil nem como adolescente. Esta dificuldade para se achar o público apropriado para Tomorrowland certamente é o maior motivo para que o filme tenha tido um resultado ruim nas bilheterias. A arrecadação total provavelmente conseguirá pagar o que foi gasto, mas mesmo assim, já dá para afirmar que este é o primeiro fracasso do diretor Brad Bird.

Tomorrowland: Um Lugar Onde Nada é Impossível também não foi bem recebido pelos críticos. Mas não deixem se levar pelo ceticismo dos mesmos: repito que os dois primeiros atos do filme são bastante divertidos e já valem o ingresso, assim como a mensagem que nos é passada, diferente e apropriada. Se o roteiro e os personagens adultos "estragam" o final, não pioram tanto assim o todo, que é bastante aceitável. Nota: 7,0

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