quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Uma análise de todas as Graphic Novels do Maurício de Sousa até agora - Parte 2 de 3


Continuando o texto anterior, seguem mais 3 edições da coleção Graphic MSP.

4 - Piteco - Ingá
Artista: Shiko (roteiro e desenhos)
Lançamento: Novembro de 2013
Nota (1 a 5): 4
Comentários: Ao associar a história com a pedra pré-histórica Ingá, localizada na Paraíba, Shiko faz a maior alteração dos personagens do Maurício até então. O universo de Piteco - originalmente do hemisfério norte, onde seus cidadãos vivem em cavernas ou casas esculpidas na pedra, enfrentando dinossauros e mamutes - é substituído por uma ambientação nas selvas brasileiras, onde os personagens estão mais próximos dos índios (ok, ainda surgem alguns animais pré-históricos, mas todos brasucas). Piteco é um caçador, e Thuga uma jovem feiticeira, que é raptada por uma tribo rival de olho em seus poderes. É a missão de Piteco para resgatar seu eterno amor não assumido, a história de Ingá.
Não considero tantas mudanças nos personagens como algo ruim. Ao contrário, é gratificante ver uma história de brasileiro sobre brasileiros. Arte e história são boas, e com exceção da luta final - um pouco confusa - o resultado final é um material bem elaborado, superior aos nível dos quadrinhos atuais.

5 - Bidu - Caminhos
Artistas: Eduardo Damasceno e Luis Felipe Garrocho (roteiro e desenhos)
Lançamento: Agosto de 2014
Nota (1 a 5): 3
Comentários: Caminhos é uma dupla história de origem. Aqui conhecemos como Bidu e Franjinha se encontraram, e também, como Bidu conheceu os cachorros Duque, Bugu e Rúfius. Assim como em Laços (ver Parte 1), Caminhos também possui traços delicados e fofinhos e simula os anos 80. Entretanto, a comparação termina aqui, já que esta história - sob ponto de vista dos cachorros - é bem mais simplória. Com poucos diálogos e poucos quadros por página, os maiores momentos de diversão e emoção vem dos "balõezinhos" de fala dos personagens; já que ao invés de palavras, os cachorros se expressam por desenhos. Curiosamente este detalhe dos balões - a única coisa realmente especial em Caminhos - não estava previsto originalmente pelos autores, foi uma sugestão do editor Sidney Gusman.

6 - Astronauta - Singularidade
Artistas: Danilo Beyruth (roteiro e arte) e Cris Peter (cores)
Lançamento: Dezembro de 2014
Nota (1 a 5): 4
Comentários: Na continuação de Astronauta - Magnetar agora temos Astronauta acompanhado de dois tripulantes em uma viagem para estudar um buraco negro: uma psicóloga brasileira e um pesquisador estrangeiro que "impôs" sua participação através de sua agência. Já nas primeiras páginas percebemos que o pesquisador não apenas é mal intencionado, como também conhece detalhes da missão que os brasileiros nem desconfiam. Chichê? Sim, até mais do que a história anterior. Porém aqui o roteiro é mais elaborado, e finalmente temos um desenvolvimento maior não só do Astronauta, mas de todo o ambiente que o cerca. Conhecemos o programa espacial brasileiro, novos personagens e algumas curiosidades bacanas. A arte continua bela e adequada e, assim como no capítulo anterior, há momentos em que elas lembram cenas de filmes.


Amanhã tem a parte final, não percam! Mas antes dela chegar, conforme prometido, segue alguns desenhos de Laços:

Laços: a turminha desenhada por Vitor Cafaggi
Laçõs: e quando é flashback (eles quase bebês). os traços são de Lu Cafaggi

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