sábado, 25 de fevereiro de 2017

Dupla-Crítica: Lion: Uma Jornada Para Casa (2016) e Jackie (2016)

A menos de uma semana da cerimônia do Oscar 2017, segue a crítica de mais duas produções multi-indicadas: Lion: Uma Jornada Para Casa (com 6 indicações) e Jackie (com 3 indicações). Vamos a elas!

Lion: Uma Jornada Para Casa (2016)
Diretor: Garth Davis
Atores principaisDev Patel, Sunny Pawar, Nicole Kidman, Rooney Mara, David Wenham, Abhishek Bharate, Priyanka Bose

Baseado em fatos reais, Lion conta a história do garoto indiano Saroo, que com 5 anos se perdeu da família em uma estação de trem. Adotado posteriormente por um casal australiano, 25 anos após seu incidente ele tenta reencontrar sua família.

O filme é dividido em dois grandes atos, o primeiro com Saroo criança, interpretado por Sunny Pawar, e o segundo com Saroo adulto interpretado por Dev Patel. Lion conta com belíssimas fotografias e trilha sonora, um final bastante emocionante, mas ainda assim não empolga. O motivo? O filme é muito longo e muito lento.

Uma história que poderia ser contada em alguns minutos acaba sendo transformada em um filme de duas horas graças a inclusão de flashbacks desnecessários, cenas repetidas, cenas de paisagens, e personagens que não acrescentam à trama (como a de Rooney Mara). Ainda que eu aprove bastante que a bela história de Saroo seja conhecida pelo mundo todo, ela não tem material suficiente para virar um filme. Nota: 5,0


Jackie (2016)
Diretor: Pablo Larraín
Atores principais: Natalie Portman, Peter Sarsgaard, Greta Gerwig, Billy Crudup, John Hurt 

A imagem que tenho de Jacqueline Kennedy é de uma mulher forte, que perdeu dois filhos no nascimento e que estava ao lado de seu marido JFK quando o mesmo foi assassinado, de onde ela tentara levá-lo com vida ao hospital mesmo tendo sangue e até pedaços do cérebro do mesmo respingados em seu corpo.

Ao mesmo tempo, também vejo "Jackie" como a rica mimada e fútil que passou seu tempo como primeira dama dos EUA dando festas na Casa Branca e que fez questão de transformar o funeral de seu marido-presidente em um gigantesco evento midiático.

E o filme Jackie mostra exatamente estes dois lados da ex senhora Kennedy, sem ter a intenção de julgar que foi a "verdadeira" Jackie, ainda que justifique que parte das ações dela eram na verdade sua busca pela sobrevivência no mundo do marido.

A história contada pelo filme é bem interessante, trazendo o tão exaustivamente assunto da morte de John Kennedy sob uma perspectiva rara de bastidores e levemente feminina. Ainda assim, o roteiro tem sua ressalva: o quanto dele é "real"? Afinal, o filme é levemente baseado em uma entrevista dada por Jackie semanas após ficar viúva - fonte por si só parcial. E o restante da história, certamente teve mais preocupação narrativa do que em ser verídica.

Natalie Portman mais uma vez entrega uma ótima atuação. O maior destaque entretanto é a imitação quase perfeita que a atriz faz da voz e sotaque de Jackie. Realmente impressionante! Outro ponto curioso envolvendo atores é que Jackie é o último filme de John Hurt, falecido em Janeiro deste ano.

Jackie entrega uma história interessante e diferente, mas sem nenhum grande momento. Além disto, peca pelo ritmo lento e pela trilha sonora pesada e melodramática. Ainda assim, deve agradar bem os amantes de política e História. Nota: 6,0

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