segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Crítica - Blade Runner 2049 (2017)

TítuloBlade Runner 2049 (idem, Canadá / EUA / Reino Unido, 2017)
Diretor: Denis Villeneuve
Atores principais: Ryan Gosling, Harrison Ford, Ana de Armas, Robin Wright, Jared Leto, Sylvia Hoeks, Dave Bautista, Carla Juri, Edward James Olmos
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=86XtZMgFziI
Nota: 7,0
Continuação expande e honra o filme original

Como fazer uma continuação de Blade Runner (1982) - uma das maiores obras de ficção científica de todos os tempos - sem produzir uma grande decepção? O diretor canadense Denis Villeneuve encontrou a resposta misturando bom senso e humildade. Sabendo que ele jamais conseguiria superar a trilha sonora de Vangelis, ou mesmo o discurso final de Roy Batty / Rutger Hauer, Villeneuve acertadamente optou por trazer uma história totalmente nova (que não é um reboot), em um filme que possui o mesmo estilo visual e musical da obra original, mas sem tentar copiá-las.

O resultado é uma continuação digna e de ótima qualidade, ainda que não se compare a obra prima da década de 80. Blade Runner 2049 expande o filme original em todos os sentidos, tanto físico (várias novas localidades, vistas aéreas, vários novos personagens), como também na mitologia, explicando em bem mais detalhes o distópico mundo futurista deste universo.

Na história, exatos 30 anos após os eventos do primeiro filme, "K" (Ryan Gosling) é um Blade Runner replicante que durante uma de suas investigações acaba encontrando evidências do que pode ter sido o primeiro bebê gerado via reprodução de outro ser artificial. Então, em uma corrida contra o tempo (mas naquele ritmo mega-lento e contemplativo de Blade Runner, claro), "K" tenta encontrar o bebê antes do empresário maligno Niander Wallace (Jared Leto).

Se no primeiro filme vemos um mundo com os olhos do "humano" Rick Deckard, desta vez conhecemos um futuro sob o ponto de vista de um replicante, "K". Com isto, o dilema principal da franquia - seriam os replicantes seres conscientes e dignos dos mesmos direitos que nós? - ganha nova roupagem. Vemos os replicantes sofrendo preconceito, agindo passivamente como escravos, e em eterna crise existencial. Aliás, o tal dilema acontece em dose dupla, pois "K" se relaciona com um programa de computador que igualmente tenta encontrar sentido para a vida e evitar a própria morte.

O roteiro de Blade Runner 2049 é bastante interessante, possui algumas reviravoltas e surpresas bem bacanas, porém o filme cai um pouco de qualidade em seu ato final. As discussões filosóficas são abandonadas e o encerramento do filme vai mais para o lado da ação. Para piorar, o desfecho a meu ver é um pouco inverossímil e piegas.

Tecnicamente, o grande destaque de Blade Runner 2049 é a imagem. Fotografia e design de produção são excelentes, criando cenas de deixar o espectador boquiaberto. Curiosamente, se no filme original os espaços são apertados, claustrofóbicos, neste filme há varias tomadas e localidades com espaços bem amplos. Em termos de atuações, não há nenhum grande destaque; nem para o ótimo, nem para  o ruim.

Blade Runner 2049 é um filme muito bom, e deverá no mínimo satisfazer o fã do filme original, ainda que continue sendo uma obra difícil para o "público comum" apreciar. Apos um começo e meio bastante animador, ele me decepcionou em seu final, o que baixou consideravelmente sua nota. Mas se mesmo assim ele leva Nota: 7,0, este é realmente um filme que vale a pena ser conhecido.

Um comentário:

Unknown disse...

Eu não sei o que você pensa, mas eu amo os filmes . São muito interessantes, podemos encontrar de diferentes gêneros. De forma interessante, o criador optou por inserir uma cena de abertura com personagens novos, o que acaba sendo um choque para o espectador. Desde que vi o elenco de Blade Runner 2049 imaginei que seria uma grande produção, já que tem a participação de atores muito reconhecidos, pessoalmente eu irei ver por causo do ator Harrison Ford, é muito comprometido. Blade Runner 2049 é um filme que vale la pena ver, os recomendo muito.

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