sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Crítica - Perdido em Marte (2015)

Título: Perdido em Marte ("The Martian", EUA, 2015)
Diretor:  Ridley Scott
Atores principaisMatt Damon, Jessica Chastain, Kristen Wiig, Jeff Daniels, Michael Peña, Sean Bean, Chiwetel Ejiofor
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=QVX5DSzRn14
Nota: 8,0
Um belo filme, e uma ode a inteligência humana

Já fazia um bom tempo... mas enfim o diretor Ridley Scott voltou a acertar a mão! Baseado no livro de mesmo nome do escritor Andy Weir, Perdido em Marte é um filme muito bonito visualmente, equilibrado emocionalmente, uma boa ficção científica e uma verdadeira celebração da engenhosidade e inteligência humana.

Na trama, seis astronautas estão em Marte quando são obrigados a deixar o planeta as pressas devido uma súbita tempestade. E no meio desta correria, o astronauta Mark (Matt Damon) é aparentemente morto por um destroço, sendo então abandonado no planeta por seus companheiros, já que não havia tempo para comprovar sua morte ou não antes da decolagem de emergência. Mas eis que... Mark sobreviveu, e sem perspectivas de resgate em anos, começa a se preocupar em como sobreviver até lá, sendo que ele possui suprimentos apenas para alguns meses.

E então que o filme se divide em duas frentes: uma com Mark tentando sobreviver, e outro com a Nasa tentando resgatá-lo. É como se fosse uma mistura de Apolo 13 (1995) com Náufrago (2010), com uma grande diferença: o tom.

Em Perdido em Marte os personagens dificilmente perdem a calma, tudo é menos dramático, mais contemplativo. E ao mesmo tempo... mais divertido. Com a desculpa de estar sendo filmado para o público da Terra, Mark passa seu tempo conversando com a câmera de maneira animada, fazendo piadas e gracinhas com bastante frequência. Aliás, as cenas com Matt Damon (que ocupam cerca de 1/4 do filme), as vezes chegam a lembrar aulas do Mundo de Beakman. Sem o Lester, claro.

Obviamente, nem tudo são flores. Como sempre há também as crises (sejam por intempéries naturais ou erros humanos) que Nasa e Mark precisam resolver ao longo do filme. Mesmo assim, tudo é mostrado com bem menos drama que em Apolo 13: tudo é mais light.

Mas principalmente, Perdido em Marte é bastante otimista, o que não deixa de ser surpreendente em se tratando de Ridley Scott. É um deslumbre ver a humanidade no espaço, cercada de tanta ciência e competência. As vezes o otimismo é tanto que chega a exagerar (como por exemplo a China abrir mão de um segredo espacial para altruisticamente resgatar o americano).

Com cenas espaciais belíssimas, recheado de bons atores e atrizes (Matt Damon, Jessica Chastain, Jeff Daniels, e Chiwetel Ejiofor são os maiores destaques), trilha sonora discreta mas competente, enquanto assistimos uma ode a nossa capacidade presenciamos algo que agrada bastante os olhos, ouvidos e mente.

Bem preciso cientificamente falando (embora com algum alguns exageros), como "ficção científica de resgate" Perdido em Marte não é "o" melhor filme que já vi, mas chega perto. Certamente agradará bastante os fãs do gênero e também agradará o público em geral. Mas o que vou guardar deste filme é justamente a esperança... o olhar para nossas qualidades, o olhar para nosso futuro. Eu recentemente fiz outro apelo ao otimismo na minha crítica de Tomorrowland. Precisamos elevar nosso espírito. E se isto for feito com filmes tão bem executados quanto este, melhor ainda! Nota: 8,0

PS: ao ser filmado com vários planos com ampla profundidade, Perdido em Marte se torna uma ótima pedida para ser assistido em 3D. Mas cuidado! Vá apenas em cinemas que saibam projetar em 3D (filmes neste formato são naturalmente mais escuros, então precisam ser compensados com mais luz), o que infelizmente não é o caso do Cineflix Galleria Campinas, onde assisti. :(

PS2: e o filme "continua"... No canal "ARES:live" do you tube ainda podemos ver mais 5 curtos vídeos sobre Perdido em Marte. Bem bacana. Dentre eles, temos um vídeo onde vemos os astronautas em Marte antes do acidente, e outro com Neil deGrasse Tyson falando sobre a fictícia missão Ares como se fosse verdadeira, em seu programa Cosmos. A única desvantagem destes vídeos? Estão em inglês, sem legendas.

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