Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta círculo de fogo. Ordenar por data Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta círculo de fogo. Ordenar por data Mostrar todas as postagens

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Crítica - Círculo de Fogo (2013)

Título: Círculo de Fogo ("Pacific Rim", EUA, 2013)
Diretor: Guillermo del Toro
Atores principais: Charlie Hunnam, Idris Elba, Rinko Kikuchi
Trailerhttp://www.youtube.com/watch?v=Wcw7T6RSENo
Nota: 6,5.

"Muito bom na ação e no visual. No resto nem tanto”

Círculo de Fogo era um dos filmes que mais aguardava em 2013. A possibilidade de ver um filme de “robôs gigantes contra monstros gigantes” em um filme de orçamento superior a US$ 200 milhões de dólares, com o bom Guillermo del Toro (Hellboy, O Labirinto do Fauno) na direção fazia meu lado nerd ficar bem atiçado.

Em clara homenagem / inspiração nos Tokusatsu japoneses (literalmente "filme de efeitos especiais" - que se referem a Godzilla, Jaspion, Changeman, Power Rangers, etc), aqui o tema “monstros” aparece sob uma roupagem científica-militar, lembrando bem em estilo e estrutura o filme de alienígenas “Independence Day”.

Círculo de Fogo (cujo nome remete a região do Pacífico de onde os monstros aparecem) se incia com um contra e um pró. O negativo: a preguiçosa narração em 1ª pessoa explicando didaticamente tudo o que está acontecendo. O positivo: a narração é curta, eficiente, e rapidamente se encerra para nos levar a primeira pancadaria de robô vs monstro.

E que luta! Não há como negar, o design dos robôs (chamados Jaegers) e dos monstros (chamados Kaiju), os efeitos especiais... tudo é impecável. Nisto os milhões de dólares foram bem investidos. As batalhas, belíssimas, se mostram bem críveis. Até fisicamente críveis eu diria. Afinal, diferentemente dos filmes dos Transformers, aqui você percebe nitidamente o “real” – que seres de 40m de altura são pesados, lentos e não aquela coisa ultra rápida, quase “líquida”.

Porém o que começa bom não se mantém. Se o filme acertou por ir direto às cenas de ação, logo após elas chegamos nas costumeiras apresentações dos personagens e explicações da trama que haviam sido descartadas no começo.

Não que a história seja ruim, nem que os personagens sejam ruins. Na verdade, em todos estes aspectos Círculo de Fogo é satisfatório. O problema é que existem clichês demais. Basta você bater o olho num personagem – de tão caricatos – que você não precisa mais de explicação nenhuma. "Ah, este é o herói fracassado buscando redenção”, “este é o valentão filho de papai”, “este é o cientista louco que ninguém ouve”, e etc... Bastaria um relance para entender, mas o filme insiste não só em mostrar, mas também explicar detalhadamente o que você já sabe. Tudo isto significa um filme mais longo, as vezes cansativo, e com menos espaço para as lutas de robôs.

Felizmente, em meio a tanta coisa “comum”, existem situações divertidamente fora de lugar. Em algumas raras vezes os personagens principais nos surpreendem fugindo da ação “esperada”. Mas quem mais roubam as cenas são os coadjuvantes. Ron Perlman (Hellboy) faz um mafioso surreal e bem engraçado, já Charlie Day (Quero Matar Meu Chefe) surpreende ao fazer um cientista que é igualzinho ao produtor/diretor J.J. Abrams (?!?)!

Um outro ponto negativo é o péssimo uso de trilha incidental. Todo aquele “longo desenvolvimento de personagens” que descrevi acima é feito sob uma trilha de “fique emocionado porque é algo bonito ou heroico”. A trilha sonora não dá tréguas. E torna tudo muito artificial... parece que os atores estão declamando uma peça, e não sofrendo os perigos que o filme tenta apresentar.

Resumindo: o filme é muito bom durante as curtas batalhas que se distribuem ao longo da história e apenas mediano fora delas. E é com este desenvolvimento irregular de altos e baixos que o filme segue até o fim, onde ironicamente as coisas se invertem: a batalha final é feita dentro do mar, e pela primeira vez a luta não é bem executada: as cenas são escuras e rápidas demais, prejudicando o entendimento do que está acontecendo; em contrapartida, trilha sonora e atores se portam de maneira eficiente, em agradável sintonia.

Irregular, mas divertido, Círculo de Fogo está longe de ser o filme definitivo de Tokusatsu mas ainda assim mostra uma evolução às tentativas anteriores de longa-metragens do gênero feitas por Hollywood. É o melhor que fizeram até agora. Nota: 6,5.

PS: assisti o filme em 2D, porém conheço quem assistiu Círculo de Fogo em 3D no IMAX, para aonde o filme foi planejado para ser visto. E o que me relataram é que a experiência durante as batalhas é incrível. Um dos 3Ds mais impressionantes já feitos, onde você realmente se sente no meio do oceano, no meio da luta. Para quem puder, faça questão de assistir este filme neste formato!

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Retrospectiva Cinema Vírgula 2018: Os melhores, os piores, e a lista de filmes assistidos

Feliz 2019!!! E para começar o ano, mantendo a tradição do Cinema Vírgula, vamos aos melhores e piores do anterior.

O ano cinematográfico iniciou com os "filmes do Oscar" mais fracos dos últimos anos, sendo seguido do super blockbuster Vingadores: Guerra Infinita, sucesso de bilheteria e crítica. No meio do ano tivemos várias continuações de baixa qualidade, como por exemplo Han Solo: Uma História Star WarsCírculo de Fogo: A Revolta.

Os filmes de super-herói continuaram dominando os lançamentos, com a DC acertando em Aquaman, a Marvel errando com Homem-Formiga e a Vespa, e a Sony só acertando com Deadpool 2 e produzindo seus lixos de sempre, sendo o da vez, Venom. Por falar em super-heróis, tivemos com O Doutrinador o primeiro filme nacional de super-herói live-action; e outro lançamento brasuca bem bacana foi a cinebiografia de Eder Jofre: 10 Segundos para Vencer.

O final de 2018 foi bem morno nos cinemas, sem grandes lançamentos. Mas certamente encerrou no imaginário popular de maneira bem musical, com os muito elogiados pelo público Bohemian Rhapsody e Nasce uma Estrela, que certamente vão brigar por oscars neste ano.

E, para encerrar o resumo do ano, destaco o lançamento pela Netflix do "filme perdido" de Orson Welles, O Outro Lado do Vento; aquele que foi seu último longa-metragem, filmado nos anos 70 e que nunca foi finalizado principalmente por problemas legais.


E vamos as listas! Segue abaixo meus 10 melhores filmes de 2018, os 5 piores, os 5 posts de 2018 mais lidos no Cinema Vírgula e finalmente, a lista de todos os filmes que assisti no ano passado (com indicações dos melhores).

Top 10: Melhores filmes lançados no Brasil em 2018 (em ordem alfabética)

Bottom 5: Piores filmes lançados no Brasil em 2018 (em ordem alfabética)

Top 5: Artigos de 2018 mais lidos no Cinema Vírgula
Me chamou a atenção de que este ano os posts sobre lançamentos da Netflix ganharam bem mais cliques que no ano anterior. E outro destaque, claro, é que a crítica de Viva - A Vida é Uma Festa foi disparado o artigo mais acessado, graças a propaganda feita pela minha amiga Melissa em seu ótimo blog Viviendo en el México Mágico!.


Todos os filmes que assisti em 2018 (com indicações dos melhores)

E finalmente, a lista de todos os filmes que assisti em 2018; novos ou antigos, sendo a primeira vez que os vi ou não. Novamente não cumpri minha meta de assistir pelo menos 104 filmes no ano (o que significa uma média de 2 filmes por semana), porém desta vez assisti bem mais filmes que o ano passado (92 agora contra 73 de 2017).

Abaixo seguem os filmes. Como sempre, os filmes em laranja negrito e com um (*) são aqueles a que dou uma nota de no mínimo 8,0 e portanto, recomendo fortemente.

  • 10 Segundos para Vencer (idem, Brasil, 2018)
  • Além da Ilusão ("Planetarium", Bélgica / França, 2016)
  • Aniquilação ("Annihilation", EUA, 2018)   (*)
  • Ano Um ("Year One", EUA, 2009)
  • Aquaman (idem, Austrália / EUA, 2018)
  • ARQ (idem, Canadá / EUA, 2016)
  • Artista do Desastre ("The Disaster Artist", EUA, 2017)
  • Atlantis: O Reino Perdido ("Atlantis: The Lost Empire", EUA, 2001)
  • Batman vs Superman: A Origem da Justiça (Ultimate Edition) ("Batman v Superman: Dawn of Justice (Ultimate Edition)", EUA, 2016)
  • Bird Box (idem, EUA, 2018)
  • Bohemian Rhapsody ("Bohemian Rhapsody", EUA / Reino Unido, 2018)
  • O Castelo de Vidro ("The Glass Castle", EUA, 2017)
  • Chaos on the Bridge (idem, Canadá / EUA, 2014)
  • Cheech e Chong Atacam Novamente ("Cheech and Chong's Next Movie", EUA, 1980)
  • O Cidadão Ilustre ("El Ciudadano Ilustre", Argentina / Espanha, 2016)
  • Círculo de Fogo: A Revolta ("Pacific Rim: Uprising", China / EUA / Reino Unido, 2018)
  • Com Amor, Van Gogh ("Loving Vincent", EUA / Polônia / Reino Unido, 2017)   (*)
  • Deadpool 2 ("Deadpool 2", EUA, 2018)
  • O Destino de uma Nação ("Darkest Hour", EUA / Reino Unido, 2017)
  • Deus Não Está Morto ("God's Not Dead", EUA, 2014)
  • O Doutrinador (idem, Brasil, 2018)
  • Drácula de Bram Stoker ("Bram Stoker's Dracula", EUA, 1992)
  • Ele Está de Volta ("Er ist wieder da", Alemanha, 2015)
  • Em Pedaços ("Aus dem Nichts", Alemanha / França, 2017)
  • Estrelas Além do Tempo ("Hidden Figures", EUA, 2016)   (*)
  • Eu, Tonya ("I, Tonya", EUA, 2017)   (*)
  • O Experimento de Milgram ("Experimenter", EUA, 2015)
  • Os Farofeiros (idem, Brasil, 2018)
  • A Força de Grayskull: A História de He-Man e os Mestres do Universo ("Power of Grayskull: The Definitive History of He-Man and the Masters of the Universe", Canadá / EUA, 2017)
  • A Forma da Água ("The Shape of Water", EUA, 2017)
  • For the Love of Spock (idem, Canadá / EUA, 2016)
  • A Guerra dos Sexos ("Battle of the Sexes", EUA / Reino Unido, 2017)
  • O Homem das Cavernas ("Early Man", EUA / França / Reino Unido, 2018)
  • Handia (idem, Espanha, 2017)
  • Homem-Formiga e a Vespa ("Ant-Man and the Wasp", EUA, 2018)
  • Ícaro ("Icarus", EUA, 2017)
  • Ilha dos Cachorros ("Isle of Dogs", Alemanha / EUA, 2018)   (*)
  • Os Incríveis 2 ("Incredibles 2", EUA, 2018)
  • Infiltrado na Klan ("BlacKkKlansman", EUA, 2018)
  • Os Intocáveis ("The Untouchables", EUA, 1987)
  • Jogador Nº 1 ("Ready Player One", EUA, 2018)
  • Jumanji: Bem-Vindo à Selva ("Jumanji: Welcome to the Jungle", EUA, 2017)
  • Lady Bird: É Hora de Voar ("Lady Bird", EUA, 2017)
  • Uma Longa Viagem ("The Railway Man", Australia / Reino Unido / Suíça, 2013)
  • A Louca! Louca História de Robin Hood ("Robin Hood: Men in Tights", EUA / França, 1993)
  • Um Lugar Silencioso ("A Quiet Place", EUA, 2018)   (*)
  • Making Fun: The Story of Funko (idem, EUA, 2018)
  • Manifesto (idem, Alemanha, 2015)
  • A Marca da Maldade ("Touch of Evil", EUA, 1958)
  • Maria Sharapova: The Point (idem, EUA, 2017)
  • Me Chame pelo Seu Nome ("Call Me by Your Name", Brasil / EUA / França / Itália, 2017)
  • Meninas Malvadas ("Mean Girls", EUA / Canadá, 2004)
  • Meu Ex é um Espião ("The Spy Who Dumped Me", Canadá / EUA, 2018)
  • Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe ("The Meyerowitz Stories (New and Selected)", EUA, 2017)
  • O Mínimo para Viver ("To the Bone", EUA, 2017)
  • Missão: Impossível - Efeito Fallout ("Mission: Impossible - Fallout", EUA, 2018)   (*)
  • A Morte te dá Parabéns! ("Happy Death Day", EUA, 2017)
  • Nasce uma Estrela ("A Star Is Born", EUA, 2018)
  • Nocaute ("Southpaw", EUA / Hong Kong, 2015)
  • Noite de Lobos ("Hold the Dark", EUA, 2018)
  • Em Nome da Lei ("Jing cha gu shi", China / Hong Kong, 2013)
  • Nossas Noites ("Our Souls at Night", EUA, 2017)
  • Oblivion (idem, EUA, 2013)
  • Um Olhar do Paraíso ("The Lovely Bones", EUA / Nova Zelândia / Reino Unido, 2009)
  • O Outro Lado do Vento ("The Other Side of the Wind", EUA / França / Irã, 2018)
  • Pantera Negra ("Black Panther", EUA, 2018)
  • O Paradoxo Cloverfield ("The Cloverfield Paradox", EUA, 2018)
  • Pare! Senão Mamãe Atira ("Stop! Or My Mom Will Shoot", EUA, 1992)
  • Pequena Miss Sunshine ("Little Miss Sunshine", EUA, 2006)
  • The Ballad of Buster Scruggs (idem, EUA, 2018)   (*)
  • The Post: A Guerra Secreta ("The Post", EUA / Reino Unido, 2017)
  • O Primeiro Homem ("First Man", EUA, 2018)
  • Projeto Flórida ("The Florida Project", EUA, 2017)
  • Roma (idem, EUA / México, 2018)
  • Serei Amado Quando Morrer ("They'll Love Me When I'm Dead", EUA, 2018)
  • O Shaolin do Sertão (idem, Brasil, 2016)
  • Shiki Oriori - O Sabor da Juventude ("Si shi qing chun", China / Japão, 2018)
  • Sinbad, a Lenda dos Sete Mares ("Sinbad: Legend of the Seven Seas", EUA, 2003)
  • A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata ("The Guernsey Literary and Potato Peel Pie Society", EUA / França / Reino Unido, 2018)
  • Sombras da Vida ("A Ghost Story", EUA, 2017)   (*)
  • Spectral (idem, EUA, 2016)
  • Tá Dando Onda ("Surf's Up", EUA, 2007)
  • Te Peguei! ("Tag", EUA, 2018)
  • Tomb Raider: A Origem ("Tomb Raider", EUA / Reino Unido, 2018)
  • Três Anúncios Para um Crime ("Three Billboards Outside Ebbing, Missouri", EUA / Reino Unido, 2017)   (*)
  • Tudo Por um Furo ("Anchorman 2: The Legend Continues", EUA, 2013)
  • Tully ("Tully", EUA, 2018)
  • Victoria e Abdul: O Confidente da Rainha ("Victoria & Abdul", EUA / Reino Unido, 2017)
  • Vingadores: Guerra Infinita ("Avengers: Infinity War", EUA, 2018)   (*)
  • Viva: A Vida é uma Festa ("Coco", EUA, 2017)
  • De Volta ao Jogo ("John Wick", China / EUA, 2014)
  • Your Name ("Kimi no na wa", Japão, 2016)   (*)

E que 2019 seja um ano melhor para todos! Com mais e melhores filmes! E com mais Cinema Vírgula! Grande abraço!

terça-feira, 20 de maio de 2014

Crítica - Godzilla (2014)

Título: Godzilla ("Godzilla", EUA / Japão, 2014)
Diretor: Gareth Edwards
Atores principais: Aaron Taylor-Johnson, Ken Watanabe, Bryan Cranston

Suficientemente bom para fazer sucesso no ocidente

Gojira (ou Godzilla) apareceu pela primeira vez em 1954 em um filme japonês de mesmo nome, do diretor Ishiro Honda. Criado como uma metáfora para a destruição da bomba atômica, o monstro gigante é sucesso absoluto na Terra do Sol Nascente. Até agora já foram criados 28 filmes do Godzilla no Japão.

Apesar de bastante conhecido por aqui, o lagartão nunca fez muito sucesso no ocidente. Pelo menos não através do cinema. Vários dos filmes japoneses nem chegaram as salas ocidentais. E para piorar, em 1998 os EUA produziram sua versão hollywoodiana de Godzilla. Um filme fraquíssimo. Elogios mesmo apenas os desenhos animados - uma versão da Hanna-Barbera de 1978, e uma versão mais recente, do filme de 98.

Em sua segunda tentativa, os estadunidenses acertaram a mão. O Godzilla de 2014 é bom o suficiente para fazer sucesso no atlântico. Dirigido pelo desconhecido diretor inglês Gareth Edwards e sob produção da Legendary Pictures a história segue o enredo padrão de filmes de monstros/alienígenas/desastres: acompanhamos a história sob o ponto de vista dos humanos, ou mais ainda, de uma família.

O filme começa bem, com cenas em um reator nuclear ha 15 anos atrás. Lá vemos Joe Brody (Bryan Cranston - de Breaking Bad) e sua esposa Sandra (Juliette Binoche) em seu primeiro contato com algo "grande e fora do normal". A tensão e as cenas de destruição são bem feitas. Já de volta ao tempo atual, os personagens de Cranston e Binoche são colocados de lado e passamos então a ter a perspectiva do filho do casal, Ford Brody (Aaron Taylor-Johnson - assustadoramente "bombado" em comparação ao magrelo que era nos filmes de Kick-Ass) e de sua esposa Elle (Elizabeth Olsen). É aí que o filme falha.

Mal desenvolvidos, e sem carisma, vemos os personagens Ford e Elle passando por situações de perigo e sequer nos importamos. O filme não consegue transmitir o sentimento de tensão do casal. Apesar dos efeitos especiais serem bons, e as destruições em escala assustadoramente grandes, parece que a dupla jamais será atingida. Talvez porque são catástrofes "limpas": são raras as imagens de alguém morrendo, e ninguém aparece sofrendo ou machucado. Ou talvez porque os monstros sejam tão onipotentes (até a década de 80 Godzilla era mostrado com 50m de altura e aqui aparece com 110m), não parece fazer muita diferença o que os humanos podem fazer ao longo da história.

Se você prestou bem atenção no parágrafo acima, eu falei monstros... no plural. Sim. Além de Godzilla, há dois insetos igualmente gigantes, denominados M.O.T.O. (sigla para Massive Unidentified Terrestrial Organism). Se na parte humana o filme fracassa, na parte dos monstros o filme empolga. É verdade que os insetos não são lá muito legais. Mas já o Godzilla... é um espetáculo a parte. Me desculpem todos os robôs e monstros que apareceram em Círculo de Fogo (2013), mas nenhum deles é tão bacana e fodástico quanto este Godzilla de 2014. As cenas com o lagartão só possuem um defeito: são muito curtas. As lutas são bem legais, mas poderiam durar mais. Sem nenhuma dúvida este bom filme seria melhor se Godzilla fosse "realmente" o protagonista, e não um "quase coadjuvante".

Tecnicamente, os efeitos visuais são bons e bastante variados, com tomadas no ar alternadas com tomadas na terra, cenas em cidades, florestas e mar; filmagens em primeira pessoa alternadas com filmagens à longa distância. A trilha sonora é burocrática, mas já o roteiro - pelo menos sua premissa básica - me agradou apesar de alguns furos: o fato de misturar incidentes reais históricos com a mitologia de Godzilla foi uma boa sacada.

Em resumo, se seu objetivo for assistir um filme mostrando o drama humano diante de dificuldades e catástrofes, esqueça. Este Godzilla não é seu filme. Mas se seu objetivo for ver monstros gigantes, o filme irá te agradar e te fazer lamentar apenas uma coisa: o personagem-título poderia aparecer mais.

Muito superior ao filme de 1998, o Godzilla 2014 não é perfeito, mas repito que é bom o suficiente para agradar e fazer sucesso no ocidente. E os primeiros números não desmentem: arrecadando US$ 93 milhões só nos EUA em seus 3 primeiros dias de exibição, o filme já é a 2ª melhor estréia do ano, só perdendo para Capitão América 2. Nota: 7,0 6,0.

Atualização em 28/05: após alguns dias refletindo, acho que exagerei na nota. O filme é bom, mas não chega ao 7,0. Portanto, atualizado para 6,0.

Crítica Netflix - I Am Mother (2019)

Título :  I Am Mother (idem, Austrália, 2019) Diretor : Grant Sputore Atores principais :  Clara Rugaard, Hilary Swank, Luke Hawker, R...